O secretário de Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic/Minc), Henilton Menezes, realiza hoje em Natal um encontro com produtores culturais da região. O evento, que será realizado durante toda a manhã no auditório da Fundação Cultural Capitania das Artes está sendo articulado pela secretaria municipal e conta com o apoio da Superintendência do Banco do Nordeste em Natal. “As pessoas sempre correram atrás da Secretaria de Fomento e a Secretaria se escondia. Estamos apenas invertendo, nós é que estamos indo atrás”, disse Henilton Menezes em entrevista por telefone ao VIVER.
O encontro é uma continuidade da rodada de escuta da Sefic com o setor cultural de todas as regiões do país. A interlocução visa aproximar as relações, qualificar o atendimento e aprimorar os serviços prestados aos proponentes, medidas que deverão colaborar para a melhor distribuição dos recursos disponibilizados pelo Governo Federal, através da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura.
No ano passado, dos proponentes de projetos para Lei Rouanet de incentivo à cultura, apenas 3% deles eram responsáveis pela captação de 50% da verba disponibilizada pelo Governo Federal. E o mais grave, 80% do montante foi usado em atividades no sudeste e sul do Brasil. O nordeste captou 6% e o norte, 3%. Os dados são do próprio Ministério da Cultura, que acabou citando-os como argumento para a formulação de uma nova lei, segundo o Minc, mais democrática. A lei atualmente está tramitando no Congresso Nacional. A má distribuição de recursos também pode ter uma justificativa simples, o número pequeno de empresas legalizadas e interessadas em patrocinar os projetos do norte e do nordeste brasileiro.
Seja qual for o motivo, a má distribuição de recursos é sentida por artistas e por produtores culturais do RN. Um destes produtores, o jornalista Yuno Silva, acrescenta que não se trata de uma preferência do Ministério por determinadas regiões, Parte dessa ausência é motivada pela falta de proposição local de projetos culturais, agravada pela falta de traquejo com os editais de cultura. “Não se trata de alto índice de reprovação de projetos, mas do baixo índice de inscrição”, disse Yuno.
O produtor disse que de três anos para cá, a situação vem mudando um pouco e que as pessoas vêm ganhando experiência e prática na proposição de projetos, mas se comparada aos estados do Ceará, Pernambuco e Paraíba, as iniciativas ainda são muito acanhadas.
Diante do problema citado, os produtores e artistas locais solicitaram a presença de um representante do ministério para elucidar questões acerca dos editais de cultura. Como Henilton Menezes já estava circulando o País para ouvir as colocações de artistas e produtores, o encontro entre norte-rio-grandenses e o Secretário do Sefic foi marcado para hoje.
“Os produtores apresentam questões importantes para melhorar o trabalho da Secretaria. Tem sido muito produtivo ouvir a sociedade para atender as demandas que nos são apresentadas”, disse Henilton Menezes. O secretário já esteve em Recife, Rio de Janeiro, Belém, São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Curitiba e Belo Horizonte. Nas próximas agendas, estão previstos Fortaleza, Florianópolis, Brasília e Macapá.
Má comunicação
Segundo Henilton Menezes existe uma deficiência grande na Secretaria em relação à qualidade de comunicação entre os proponentes de projetos culturais e os funcionários do Ministério da Cultura. Henilton relata que o sistema que opera na Web é complicado e o atendimento por telefone às vezes não é eficiente pela postura adotada pelo funcionário. “Os funcionários precisam tratar os proponentes como clientes e aí deve ser seguida á máxima de que o cliente tem sempre a razão”, disse Henilton.
O Secretário lembra que quando o interessado inicia a inscrição de projetos nos editais da Lei Rouanet, a comunicação entre proponente e Minc é acionada e a relação entre eles é duradoura. “A relação precisa ser saudável, as pessoas precisam ter respostas rápidas, confiarem no trabalho que está sendo realizado”. Para o Secretário, a boa relação está respaldada numa postura mais abrangente de dizer sim, antes de pensar em dizer um não.
Henilton Menezes foi emprestado ao Ministério da Cultura pelo Banco do Nordeste e tem o objetivo de cumprir com o acordo de otimizar a comunicação na Secretaria de Fomento até o final do ano. Henilton fala que muitas dessas mudanças já estão sendo efetivadas e que outras serão implantadas até dezembro.
* Fonte: Tribuna do Norte - 29/mai/2010
Repórter: Maria Betânia Monteiro
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