ARTISTAS, PRODUTORES CULTURAIS e jornalistas, inconformados com a falta de representantes do Rio Grande do Norte na Feira Música Brasil realizado em Recife no ano passado decidiram se unir com o objetivo de organizar as manifestações musicais no Estado, reivindicar políticas públicas para área e buscar uma profi ssionalização dos grupos musicais de todo o Rio Grande do Norte.
Esse é o resumo da história que deu origem a Rede Potiguar de Música (RPM) que funciona oficialmente desde o início desta semana e promete movimentar a cena cultural e artística de todo o Estado. A RPM conta já com 60 associados e prepara uma série atividades para os próximos meses.
Oficialmente lançado numa confraternização na Casa da Ribeira realizada na última terça-feira com a presença de oito bandas do próprio grupo, além de produtores e jornalistas, a Rede Potiguar de Música tem apoio do Sebrae para a sua realização. A entidade cede seu espaço físico em todas as primeiras segundas-feiras do mês para as reuniões gerais do grupo. A RPM funciona com uma estrutura horizontalizada de gestão – quando não há chefes, mas colaboradores – e por meio de cinco grupos de trabalho: Comunicação e Marketing, Legislativo e Políticas Públicas, Circulação e Eventos e Formação e Capacitação.
Segundo o jornalista Yuno Silva um dos eixos em que a Rede vai trabalhar será na catalogação de músicos, jornalistas e produtores que trabalham diretamente com a música. A idéia é a de garimpar toda a produção cultural do Rio Grande do Norte e fazê-la circular dentro do Estado. Para atingir o objetivo, a RPM já busca parcerias públicas e privadas para o lançamento de um edital que possibilite a circulação interna de bandas, cantores e grupos musicais. “O negócio é fazer com que os artistas circulem em todo o Estado”, disse Yuno.
O grupo quer também criar células no interior como uma forma de criar um intercâmbio maior entre produtores e artistas potiguares. “Queremos nos próximos meses chegar também no interior”, enfatizou o jornalista.
Outro ponto em que a Rede Potiguar de Música quer trabalhar é na intermediação entre os artistas e as fundações de cultura no Rio Grande do Norte e o Ministério da Cultura. Os jornalistas, produtores e músicos querem se aproximar mais dos órgãos públicos para proporem políticas públicas direcionadas ao setor e que atinjam as deficiências do setor cultural norte-riograndense.
“Estamos inserindo o RN no circuito brasileiro, queremos também tornar nossos produtos mais competitivos”, afirma Yuno. Para isso, o grupo pretende organizar oficinas de capacitação para a produção musical e para a relação de artistas com a imprensa. “Vamos promover oficinas para ensinar o pessoal a fazer release, fazer clippagem, realizar a sua própria assessoria de imprensa”, explica.
Um dos membros da RPM é o produtor cultural e músico Anderson Foca. Para ele, há uma dificuldade nacional entre os artistas brasileiros que buscam fazer uma produção musical mais autoral. Ele fala que existe uma falta de vontade, inclusive, nos meios de comunicação para a divulgação de artistas com uma sonoridade diferente. “A RPM é um reflexo do que vem acontecendo no Brasil inteiro, artistas se organizando para tentar sobreviver”, disse. Foca, que faz parte dos GTs Circulação e Eventos, organizou o evento de lançamento realizado na terça-feira, o que, segundo ele, foi um “networking”, um encontro para artistas e jornalistas conversarem sobre a propostas. “Pretendemos realizar outros acontecimentos como esse na cidade”, disse.
Entre os participantes da RPM estão os artistas Carlos Zens, Dudé Viana, Romildo Soares, os produtores Rodrigo Cruz, Vlamir Cruz e Brunna Brok além de estúdios e prestadores de serviço como o Castelo Casado Produções e o Helisom. “O negócio é nos unir para assim ficarmos mais fortes”, ressaltou Yuno.
* Fonte: Novo Jornal - 7/mai/2010
Repórter: Fábio Farias
Foto: Pablo Pinheiro
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