♪♫ Artistas criam comitê nacional para impedir que o governo mude a Lei do Direito Autoral

Reunidos na segunda-feira (12) no Teatro Juca Chaves, no Itaim Bibi, Zona Sul de São Paulo, paulistana, cerca de 50 artistas e representantes de entidades ligadas à classe oficializaram a instalação do Comitê Nacional de Cultura e Direitos Autorais. A medida foi uma clara resposta à decisão do governo de colocar em consulta pública, nos próximos dias, criar o Instituto Brasileiro do Direito Autoral.

A ideia de criar o órgão - apresentada, no mês passado, por Samuel Barichelo, coordenador geral de regulação e direitos autorais do Ministério da Cultura - viria atrelada a mudanças na atual Lei do Direito Autoral, em vigor no país desde 12 de fevereiro de 1998.

- Este evento mostra a potência da cultura brasileira e como nós devemos nos defender em um momento tão frágil, em que nós percebemos que há claramente uma intenção de mexerem em algo que diz respeito única e tão somente às classes que têm direitos autorais - opinou Roberto Correa de Mello, presidente da Abramus (Associação Brasileira de Música e Artes).

Na mesa formada para debater a questão se viam também nomes conhecidos do público, como Zezé Motta e Walter Franco. A atriz e cantora representava a Socinpro (Sociedade Brasileira de Administração e Proteção dos Direitos Intelectuais) e o compositor, a vice-presidência da Abramus, duas das 24 instituições signatárias do manifesto de lançamento do Comitê Nacional, ligadas a setores como música, indústria do livro, produção de discos e artes plásticas.

O ator e diretor teatral Juca de Oliveira e os músicos Eduardo Gudin e Sílvio César eram alguns dos rostos conhecidos na plateia.

- Acho fundamental essa reunião de autores contra a tentativa de apoderamento do poder do criador por grupos políticos. Ou de submeter toda a criação a um tipo de gestão política de controle ideológico - opinou Juca, à saída do encontro.

Zezé Motta preferiu usar sua vez de se manifestar para cantar "O poder da criação" - um hino aos artífices e poetas da música feito por João Nogueira e Paulo César Pinheiro.

- Estamos afinados também no discurso em defesa dos direitos autorais, que no Brasil funciona da mesma forma que no mundo todo. Não vejo porque mexerem nisso de cima para baixo, à revelia dos próprios artistas - disse ela.

Todos se comprometeram a continuar se reunindo para defender o sistema atual de controle e fiscalização - a cargo do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição dos Direitos Autorais - e não permitir que o atual governo tenha ingerência no setor, sobretudo estando às vésperas da eleição.

* Fonte: O Globo - 13/abr/2010

Um comentário:

  1. O ECAD é uma organização tão civil (particular) como a CBF. Quando a capital mudou-se, nem o ECAD, nem a CBF foi para lá. Não tem nada de governo disso. Eles querem meter garrote nos intelectuais, porque a plebe rude e ignara já está garroteada. No tempo do Getúlio, escola de samba tinha que o enredo ser história do Brasil; Getúlio criou caso com "terra de samba e pandeiro" da Aquarela, pois pandeiro segundo ele era coisa de desocupado; o Luiz Gonzaga era mandado fazer composições exaltando o nordeste; o autor que fez "trabalhar, eu não, eu não" foi obrigado no carnaval seguinte fazer "O bonde São Januário, leva mais um operário. Sou eu que vou trabalhar".
    Lulla já disse que quer ser lembrado como o é Getúlio.
    Getúlio suididou-se.

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